Mamãe, eu sou vagabundo, eu vivo largado no mundo, não preciso fingir que não sou.
Eu sou um jovem falido, no mundo desconhecido, as vezes não sei quem eu sou.
Eu sou o filho do vento, me chamam de lazarento, mamãe, papai,porque não me amou?
Mamãe, eu sou um desocupado, não gosto de fazer nada,a sorte por mim não passou.
Eu sou o descuido da vida, o relaxo de quem não me amou, a folha seca caída, que o vento ainda não levou.
Mamãe, eu sou o tempo perdido, a reza que ninguém rezou, a pedra que não tem brilho, porque ninguém o lapidou.
Eu sou a mente apagada,a estrela que nunca brilhou, a faísca que não virou chamas, porque ninguém o a soprou.
Mamãe, eu sou o grito do pobre, a voz que o mundo calou, eu sou a semente sem vida, que a terra não asseitou.
Eu sou a sombra da lua, o som que vem da cascata, eu sou a triste lembrança, do mundo que perdeu a graça.
Mamãe, estou quase voando, meu corpo fugindo do chão, eu sei que sou vagabundo, não quis saber as lições.
Eu sou tudo, ou quase tudo eu sou, eu sou o claro do dia, o escuro da noite eu sou.
Eu sou o fogo e a triste ilusão da fumaça, eu sou a triste esperança do homem que perdeu a graça.
Eu sou o mistério da vida, o mistério da morte eu sou, eu sou o começo da história e onde a história acabou.
Eu sou a eterna poeira,poeira que retorna ao chão,
Eu sou a sabedoria do homem e a loucura que ninguém entendeu, por isso os homens se matam e dizem que louco sou eu.
Clementino 13/08/18
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