segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Eu sou tudo que sou e nada mais do que sou

 Mamãe, eu sou vagabundo, eu vivo largado no mundo, não preciso fingir que não sou.
Eu sou um jovem falido, no mundo desconhecido, as vezes não sei quem eu sou.
Eu sou o filho do vento, me chamam de lazarento, mamãe, papai,porque não me amou?
Mamãe, eu sou um desocupado, não gosto de fazer nada,a sorte por mim não passou.
Eu sou o descuido da vida, o relaxo de quem não me amou, a folha seca caída, que o vento ainda não levou.
Mamãe, eu sou o tempo perdido, a reza que ninguém rezou, a pedra que não tem brilho, porque ninguém o lapidou.
Eu sou a mente apagada,a estrela que nunca brilhou, a faísca que não virou chamas, porque ninguém o a soprou.
Mamãe, eu sou o grito do pobre, a voz que o mundo calou, eu sou a semente sem vida, que a terra não asseitou.
Eu sou a sombra da lua, o som que vem da cascata, eu sou a triste lembrança, do mundo que perdeu a graça.
Mamãe, estou quase voando, meu corpo fugindo do chão, eu sei que sou vagabundo, não quis saber as lições.
 Eu sou tudo, ou quase tudo eu sou, eu sou o claro do dia, o escuro da noite eu sou.
Eu sou o fogo e a triste ilusão da fumaça, eu sou a triste esperança do homem que perdeu a graça.
Eu sou o mistério da vida, o mistério da morte eu sou, eu sou o começo da história e onde a história acabou.
Eu sou a eterna poeira,poeira que retorna ao chão,
Eu sou a sabedoria do homem e a loucura que ninguém entendeu, por isso os homens se matam e dizem que louco sou eu.
                                      Clementino    13/08/18

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