Sonhos pequenos, para quem nunca teve o direito de sonhar. Com seis anos de idade, eu vendia frutas, duas vezes por dia, quando o trem fazia parada na estação. Morando no sitio, não tive o direito de estudar. Naquele tempo, a gente achava que o importante era ser trabalhador, Estudei dois meses da segunda série e saí da escola. O meu primeiro emprego, eu tinha doze anos, quando entrei em uma fábrica de tijolos, dali eu saí com dezoito anos. O meu primeiro emprego, com carteira assinada, foi em uma outra olaria, la ia eu de bicicleta, 5 km pra ir e 5 km para voltar, tudo isso por um salário. Fiquei feliz, quando consegui emprego em uma companhia da estrada de ferro, no porto de paranaguá, la estava eu de novo a pedalar, 12 km pra ir mais 12 km para voltar. Trabalhei, três meses sem pagamento, não deu mais para eu aguentar, pedi a conta e voltei pro mato, cortar lenha de machado, nessa época eu já tinha uma filha. No dia 10/08 de 1967 eu entrei na companhia de água e esgoto, 25 km, para ir e voltar, 8 horas para trabalhar mais 2 para pedalar. Depois de alguns meses, consegui fazer um barraco no porto dos padres, aí eu fiquei mais tranquilo, trabalhando perto de casa.
Assim foi a minha vida, um salario no bolso e tantas coisas para fazer, assim é a vida, quem não tem estudo não tem o direito de sonhar. Como trabalhador, cumpri o meu dever.
Hoje eu me sinto navegando nas azas do Espirito, e Deus nos prometeu, que o céu devemos alcançar. Essa é a esperança, que me da o direito de sonhar
Clementino 03/08/2012
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