Casinha de barro, coberta de palha, a porta amarradinha com cipó, chão batido, fogo no chão, cheiro de fumaça, a família dorme na tarimba, o colchão é uma esteira, um cobertor pra família inteira, o guarda roupa, é um cipó amarrado na parede, a água, mamãe vai buscar na fonte. Mamãe trabalha na roça, é ela que sustenta a família, com os frutos que colhe do chão, mas nós precisamos, de tempo bom e as vezes chove de mais e estraga a plantação, depois vem o inverno e estraga mais um pouco. Quando nós fazemos a refeição, não tem prato pra todos nós, aí a gente come juntos no mesmo prato, assim é a vida na roça. Um dia, mamãe foi na cantina, comprar algumas coisas que papai mandou e com o dinheiro que sobrou, ela comprou uma bola, pra eu brincar com meus amigos, fiquei tão feliz e perguntei, mamãe já posso brincar? ela respondeu não meu filho, espera papai chegar. Mamãe pegou a bola e colocou encima da tarimba e eu fiquei rezando esperando papai chegar. Quando papai chegou, eu fui correndo, pra dar a noticia, papai ficou tão brabo, brigou tanto com minha mãe, depois, ele pegou a bola e foi devolver. Mais tarde, quando já era noite, ele veio voltando, alegre e cantando, já avia trocado por bebida, é por isso que a minha casa é assim.Quando eu ficar grande, não quero aprender beber, vou trabalhar e com o dinheiro que eu ganhar, vou ajudar minha mãe, pra ela parar de sofrer. O tempo passou e hoje eu vivo na mesma lida, pobreza e bebida é a herança que papai deixou. Hoje, depois de tanto sofrer, a todos eu faço um apelo. Por favor, não vale apena beber. Ser pobre, não é defeito, pelos pobres, Jesus deu a vida. Podia ser santa a casinha de barro e o jeito simples da gente viver, mas, a bebida é a desgraça da vida. Me ajudem eu sair dessa.
Clementino 17/08/2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário