Com sentimentos de pai, por onde andará o meu povo? O que fizeste da doce liberdade, que eu lhe propus? Para que fins usaste a inteligência, que eu lhe dei? O que fizeste dos talentos, que eu lhe confiei? O que fizeste da companheira, que eu lhe consagrei, para todos os dias de sua vida? Para que fins usaste, a preciosidade do tempo em que você viveu? Entre a plenitude da vida e a desgraça da vida, escolhestes o pior. Por via disso, o homem cava o próprio buraco. Eu vejo pessoas largadas pelas calçadas, como alguém que perdeu o gosto da vida. No mundo das riquezas e do avanço das tecnologias, mulheres, ainda vendem o corpo, pelo pão de cada dia. Eu vejo meu povo, vivendo uma política suja e sangrenta, onde o homem deixa de ser humano. Eu vejo médicos, fazendo juramentos em salvar vidas. Mas na verdade, cobram fortunas por casos perdido, doença que não sara, porque é fonte de rendas. Eu vejo pessoas violentando o outro, para tirar o que tem. Sem amor e sem piedade, a vida perdeu o valor. Eu vejo religiosos roubando o próximo, com palavras bonita. Eu vejo pessoas inocentes, entregando o que tem, rezando. Eu vejo organizações criminosas ganhando forças e poderes e outros encolhidos, esperando a morte. Eu vejo pequenos trabalhadores, acreditando no salário da miséria. Eu vejo pessoas fazendo arrastões, em lojas, bancos e mercados. Esse é o meu povo. Entre céus e inferno, já fizeram suas escolhas. Esse é meu povo, que fizeram da verdade e da mentira, do certo e do errado, uma coisa só.
Clementino Andrioli 07/12/22
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