domingo, 12 de novembro de 2017

Lamentos de um ébrio

Quando paro pra pensar, fico triste e meio louco. Se pego na caneta pensando em escrever, eu perco o controle, meu corpo se poem a tremer, e para deixar de ser louco eu bebo mais um poco, assim até posso escrever.   Pois sou um triste ébrio e a sorte me consome, bebendo mais um trago, engano até a fome. Já tive um grande amor, já fui pai de família, fui homem trabalhador, já tive sonhos nessa vida, hoje sou um triste perdedor. Perdi o melhor da vida, a bebida me escravizou, meus filhos foram embora e a mulher me abandonou, o cachorro sem ter escolha, comigo, só ele ficou. Cada dia que amanhece, a vida pra mim é tortura, eu tento me por de pé e a danada me derruba. Se a cachaça é minha sorte, vou beber até a morte. As vezes até sinto saudades, mas isso não dura por muito tempo, tomando o primeiro gole, já muda meus pensamentos. Eu bebo porque gosto, não é por necessidades, botando pinga no peito, esqueço a dona saudade. Por ti cachaça amiga, nunca mais jantei em família, sem sonhos e sem serviço, não procuro que fazer, perdi o encanto da vida, nem vi meus filhos crescer. Eu bebo pra esquecer, perdido vivo no tempo, não tenho futuro e nem passado, nem sei se vivo o presente.
                                                             Clementino  12/11/17

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