domingo, 7 de dezembro de 2014

Relembrando minha hitória


No meu tempo de criança, se eu tivesse dois frutos na mão e alguém pedisse um, eu dava sempre o melhor, o mais bonito. Depois de adulto, não fui diferente. Em uma noite, alguém chegou em minha casa pedindo uma muda de roupa, pois, ele estava tudo molhado. Então, abri meu pobre guarda roupa e dei a ele a minha melhor calça e uma camisa, ele me agradeceu e foi embora. Quando eu tinha meus filhos todos pequenos, a gente vivia na extrema pobreza. As vezes, alguém me pedia pra eu fazer um trabalho extra, então eu ia até as casas de pessoas pobres como eu. Furava um poço,  colocava uma bomba manual e fazia puxar água. As pessoas ficavam felizes por ter água em casa, então, perguntavam o preço do meu trabalho e eu dizia que não era nada. Meus filhos estavam em casa precisando das coisas e eu não tinha coragem  de cobrar. Voltava para casa sofrendo por não cobrar e quando cobrava, eu sofria muito mais. Hoje, com quase setenta anos de idade, ainda sou assim. Trabalho com prazer e não reclamo de nada, só fico triste todas as vezes que alguém me paga, mesmo sabendo que tenho precisão. Não sei porque, a mulher que Deus me deu, sempre deixou o melhor para mim.
                                                       Clementino  07/12/2014

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